Quem Somos?

Sobre Nós

O Projeto Agentes Populares de Saúde do Campo é uma proposta de formação-ação que busca atuar na perspectiva da vigilância popular em saúde. Uma vivência que teve início num momento em que o mundo se viu acometido pela Pandemia da Covid-19, em março de 2020.

Aqui a vigilância é compreendida na perspectiva de estar atento, preparar-se para e que, complementada a estratégia popular e emancipatória, traz em si as dimensões da prevenção e da promoção à saúde influenciadas por uma epidemiologia crítica que questiona o modelo de desenvolvimento agrário, econômico e promotor de desigualdades e iniquidades (BREILH,2006).

Na Vigilância Popular em Saúde trabalhamos com a concepção da Vigilância de base territorial e comunitária, utilizando-se da educação popular em saúde e da promoção da saúde em um processo de comunicação-ação (ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO, 2021).

Importante recordar que essa experiência foi concebida num processo de interação que trouxe para a elaboração dos conteúdos, a necessidade dos territórios e a troca de experiências numa roda de saberes extremamente democrática entre educandas/os e educadoras/es, como nos ensinou o grande educador Paulo Freire.

Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela

(FREIRE, 2018)

Contexto Histórico

A chegada da pandemia no Brasil evidenciou as profundas crises econômica, política, científica, ecológica e sanitária no país. De forma inédita, a sociedade atravessou o período da emergência da pandemia sem a articulação do poder público federal que obrigou os estados e a sociedade civil organizada (e não) a tomarem a dianteira de medidas que promovessem a saúde nos territórios. Neste cenário as populações historicamente negligenciadas e mais vulnerabilizadas foram as mais afetadas, como as do Campo.

Nesse contexto, as comunidades organizadas buscaram suas próprias soluções e encontraram nos Movimentos Sociais e nos Institutos de ensino e pesquisa o apoio para seguirem resistindo e Re-existindo.

As populações do campo vivem em espaços marcados por iniquidades, disputas e violências com uma história econômica, política e cultural fundada na “concentração de terra, de riqueza, uso dos recursos naturais, escravidão, extermínio de povos indígenas, marginalização de famílias e mulheres camponesas” (BRASIL, 2013, p. 9). Segundo o conceito da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA) são:

[...] povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados predominantemente com a terra. Neste contexto estão os camponeses, sejam eles agricultores familiares, trabalhadores rurais assentados ou acampados, assalariados e temporários que residam ou não no campo. Estão ainda as comunidades tradicionais, como as ribeirinhas, quilombolas e as que habitam ou usam reservas extrativistas em áreas florestais ou aquáticas e ainda as populações atingidas por barragens, entre outras.

(BRASIL, 2013, p. 8)

Nesse cenário adverso, a vigilância popular realizada pelos Agentes Populares de Saúde do Campo (APSC) foi a estratégia encontrada e que permitiu a essas comunidades o acesso à informação, materiais de proteção individual, ações em promoção de saúde e apoio às demandas sociais ocasionadas pela pandemia.

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