O Ceará está localizado na região Nordeste do Brasil, limitando-se ao norte com o oceano Atlântico; ao sul com o estado de Pernambuco (PE); ao leste com os estados do Rio Grande do Norte (RN) e Paraíba (PB) e a oeste com o Piauí (PI). Ocupa uma área estimada em 148.886 km2 e mais de 86% desse território é considerado região semiárida, conforme dados do Instituto de Pesquisa e Economia e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE/CE). Essa extensa área localizada no semiárido nordestino coloca o estado como integrante do Polígono das Secas, uma região que vivencia de maneira mais intensa e recorrente os efeitos dos baixos índices pluviométricos (chuvas). Faz parte dos territórios reconhecidos como de maior prioridade para a elaboração de políticas públicas, anteriormente pautadas no enfrentamento da seca e atualmente compreendidas enquanto medidas que auxiliem na convivência com o semiárido.
O processo de formação da primeira turma dos APSC-CE foi realizado de julho de 2020 a setembro de 2021. A formação se deu de maneira híbrida e possibilitou a formação de 34 agentes, divididos em nove comunidades de seis municípios (Amontada, Canindé, Crateús, Miraíma, Santa Quitéria e Santana do Acaraú), totalizando aproximadamente 750 famílias acompanhadas e mais de 2 mil pessoas alcançadas de maneira direta e indireta.
Desta maneira, a formação-ação de Agentes Populares de Saúde do Campo no CE foi concebida em três módulos educativos: o Módulo I abordado os temas relacionados a Pandemia da Covid-19. O Módulo II tratou do acesso aos direitos dentre eles, o direito à saúde, à água e à terra, e finalmente no Módulo III abordou os elementos para contribuir com o trabalho das/dos Agentes Populares de Saúde do Campo-CE, que são as práticas populares de cuidado em saúde, plantas medicinais, educação popular, vigilância popular em saúde e uso de tecnologia da informação como ferramenta para o exercício da vigilância popular.
Os recursos pedagógicos utilizados para essa formação se organizaram na criação do Sistema Agentes do Campo que envolve uma série de soluções tecnológicas.
O Caderno Pedagógico que aqui se apresenta, contém os textos de apoio aos temas trabalhados. Os encontros foram organizados no modo virtual e alguns territórios, atendendo às regras sanitárias e às demandas relacionadas aos decretos de isolamento social do governo do estado, realizaram oficinas práticas presenciais.
Comprometidos com esse olhar para o território cearense e as respectivas populações do campo, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra no CE (MST/CE), em parceria com a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP) e o suporte acadêmico da Escola Fiocruz de Governo Brasília (EFG-Fiocruz Brasília), idealizaram e implementaram um processo formativo nas áreas de assentamentos e acampamentos do MST.
